domingo, 22 de março de 2015

Carimbando uma Ideia

     Muitas vezes ao observar uma pintura imaginamos como o artista teve um grande talento para pintá-la. Isso é verdade porque os grandes artistas são muitos talentosos e admirados pelos seus talentos. Nós também podemos também muitas vezes fazer umas obras “pintando o sete”, logicamente sem comparação com os artistas, mas servem para alegrar um ambiente, um objeto etc.


      A figura acima apesar de não representar nenhum objeto tem traços muitos difíceis de serem copiados manualmente e muitos deles lembram traços com 3 dimensões. Por isso são usados nas técnicas de pinturas especiais como pedras, mármores e granitos ou serem usadas para decorar paredes e objetos.
      Para o iniciante em técnicas de pinturas especiais é muito importante saber técnicas simples e que são muito úteis na resolução de pinturas mais complicadas.
      Neste primeiro exercício da técnica será feito dois tipos de  “carimbos” muito simples conforme as imagens a seguir.
      Pegue uma folha de papel e amasse muito bem, quanto mais amassados mais detalhes terão, e faça o carimbo que desejar:


     Em seguida prepare o ambiente ou a superfície a ser usada. Neste exemplo será usado uma superfície pintada com tinta látex e uma tinta esmalte sintético da cor preta...

 
    Agora é só diluir um pouco da tinta em aguarraz, passar no “carimbo” e carimbar.


     A primeira vista a aparência não é muito agradável mas é muito importante para servir de camada base para outras pinturas e camadas que serão colocadas acima desta como a serpentinita, por exemplo...


      Ou outras...


Falsa Madeira com Wood Grain Tool Rubber

     Há muito tempo atrás quando observava um senhor pintando, o seu Meirelles, percebi que ele traçava lindos traços que acabavam ficando parecidos com uma madeira. Ele trabalhava sempre com a tinta óleo e do lado havia sempre uma garrafa de cerveja e outra de vinagre. Sempre achei que o seu Meirelles bebia durante o serviço mas não conseguia entender o vinagre.
      Anos se passaram e eu sempre tive a curiosidade por esse tipo de pintura. Ao ler um livro sobre o assunto entendi para que servia o vinagre e também que o seu Meirelles nunca bebeu durante o serviço. O vinagre e a cerveja são componentes usados com a tinta a óleo para a preparação de tintas para pinturas especiais.


     O meu interesse foi tanto que acabei ganhando uma ferramenta muito útil que se chama: Wood Grain Tool Rubber (Grão de madeira). 


      A ferramenta consiste em “carimbar” a superfície com formato dos veios de uma madeira conforme o movimento das mãos.
      O princípio do funcionamento da ferramenta é o mesmo que o da pintura especial como a marmorização: escorregar uma tinta nova sobre outra já seca ou curada.


     O resultado depende da criatividade, no tempo e na sensibilidade de cada um. 


           Há muitos exemplos na web. Alguns são tão parecidos com uma madeira real que muitas vezes podem passar despercebidos.

sábado, 7 de março de 2015

Arte no Vidro

     Há lindos vidros desenhados em vários locais e objetos desde um simples porta retrato até uma parede divisória de vidro. 
     Normalmente o processo de decoração e desenho em vidros é através do jato de areia que é uma máquina que faz o inverso do aspirador, ou seja, ao invés de aspirar ela sopra e como dentro do recipiente possui areia, a máquina sopra areia. As pessoas que querem fazer desenhos e decorações em vidros fazem uma “máscara” para que o vidro não seja desenhado no local “mascarado”.
     Até aqui tudo bem mas o que fazer se quisermos apenas um simples copo decorado? Como fazer? Onde levar?  Para essa pergunta a resposta é: muita criatividade. 
    Comprei uma vez um produto quando passeava em Akihabara, famoso bairro de comércio de produtos eletrônicos em Tókio e foi só para matar a minha curiosidade porque na embalagem havia uma foto com uma pessoa desenhando em um copo.
     Testei e treinei em copos, vidros, portas etc. e o resultado é que estou postando conforme as instruções da embalagem. 

 
     O método é bem simples e consiste em usar ponteiras de retificadeira que é vendida geralmente na lojas de maquinários em geral e adaptá-las em algum objeto para que fique fácil de trabalhar..


     Para um serviço mais fino é recomendável usar a ponteira de retificadeira diamantada que é aquela usada para gravação em anéis etc. 


     Para começar vamos apresentar os materiais usados::


  • Um copo daqueles de requeijão;
  • Uma ponteira de retificadeira (pedra de amolar);
  • Uma fita adesiva;
  • Um desenho para desenhar no copo;
  • Uma caneta esferográfica para fazer a adaptação da ponteira de retificadeira.
      O primeiro passo é colar a figura dentro do copo...


     
     Em seguida faça uma adaptação da ponteira de retificadeira na caneta esferográfica usando a fita adesiva. O original usava aquelas lapiseiras com grafite grosso...



     Agora com muito cuidado vá passando a pedra por cima do desenho arranhando o vidro. Esse processo é um pouco trabalhoso e precisa muita paciência e de certo treinamento...


     Quando estiver relativamente pronto retire o desenho do copo e em uma superfície escura vá dando o acabamento...



           Finalmente podemos ver o produto final...


     A dica deste post é bem básica e para iniciantes, como eu. Os grandes artistas e profissionais usam ponteiras diamantadas e copos de cristais que são muito mais fáceis de serem trabalhados.
     Para usar retificadeiras é preciso de muito treinamento com a máquina e uma certa experiência.


quarta-feira, 4 de março de 2015

Como Preparar um Tingidor da Cor do Mogno

     O grandes marceneiros sempre possuem grandes segredos e dicas e uma delas é como eles conseguiam e conseguem uniformizar a cor da madeira ficando com um lindo acabamento?  A dica  mais antiga vem com o uso do extrato de nogueira,  do vinagre preparado para envelhecer, da goma laca etc. Os dois primeiros produtos são para deixar a madeira com aspecto colonial ou envelhecido e a goma laca nacional ela funciona como um verniz de cor alaranjada. E para as cores de outras madeiras como o mogno, por exemplo?


     Como o mogno tem a cor avermelhada quase uma púrpura avermelhada os antigos usavam a anilina misturada com álcool para tingir. Precisa ser muito bom para chegar até o tom desejado porque existem diversos tons de mogno: uns são mais vermelhos, outros mais marrons, outros com a tonalidade mais forte e outras mais fracas etc.
     Dependendo da superfície que irá ser pintada é preciso escolher o material para tingir por exemplo: se a madeira estiver crua pode-se tingir com uma mistura de anilina com álcool na proporção aproximada de 4 partes de vermelho para uma porção de preto ou marron.


     Se o diluente for a base de aguarrás então a variação poderá ser de 4 partes de anilina vermelha para uma parte de marrom ou preta ou se quiser aproximar mais da cor real pode ser usada uma parte de betume ou tinta asfáltica. Nesse caso a mistura poderá ser passada diretamente sobre a madeira crua ou então ser diluída em vernizes sintéticos ou que podem ser diluídos com aguarrás.
     Se preferir que tingidor seja universal e poder ser usado em muitos tipos de vernizes e também selador é preciso trocar a aguarrás pelo thinner. Neste caso a mistura poderá ser passada em diversos tipos de superfícies como madeira, alvenaria e metais de preferência com uma pistola de pintura.
     Uma mistura muito interessante que o grande laqueador de móveis, o Pascoal, usava era uma mistura da tinta automotiva a base de nitrocelulose (duco) vermelha com uma tinta betuminosa ou betume na mesma proporção acima mencionada e diluída no selador de móveis. Para usar essa mistura é preciso ser um muito experiente no manejo da pistola de pintura porque senão deixará marcas na pintura.


     As proporções de tintas ou anilinas descrita neste post não são exatas porque elas podem variar muito conforme o gosto de cada pessoa, cada madeira ou superfície porque cada cor tem uma infinidade de tonalidades.