terça-feira, 14 de abril de 2015

Como Lustrar Madeira com Seladora

    Um móvel ou madeira quando está brilhante ela provavelmente está envernizada. Existem diversas técnicas para deixar o móvel brilhante que vai da cera até o verniz a base de PU - poliuretano e cada qual com o seu tipo de brilho. A cera deixa um brilho semi-fosco, a goma laca dependendo como ela é aplicada deixará um brilho semelhante ao do piano, o selador um brilho sem muito brilho, ou seja, um brilho mais natural e os vernizes um brilho mais forte podendo ser também fosco ou semi-fosco.
    Este post irá abordar a técnica de lustrar móveis ou madeiras com a seladora a base de nitrocelulose. A função da seladora é "selar" os poros da madeira evitando assim que ela absorva muita tinta ou verniz funcionando então como um fundo preparador da madeira.

     A seladora pode ser passada sobre a madeira ou móvel com uma pistola de pintura, pincel e também com uma "boneca", que é um punhado de estopa no formato de uma bola do tamanho de uma bola de tênis ou ping pong preparada conforme os passos a seguir:

     Pegue um punhado de estopa que sirva na palma da mão...


     Faça uma "bola" ...
     Esfregue a "bola" em uma superfície áspera como um piso de cimento ou um pedaço de madeira serrada e rústica até que a "bola" fique consistente...


     Para começar a falar de como lustrar a madeira ou móvel nada melhor do que contar uma história real.
     Ao comprar uma mesa de madeira, percebi que estava crua, sem pintura nenhuma somente lixada, o lustrador Osmar, grande profissional da área, chegou e me perguntou como eu queria a pintura da mesa. Como eu não entendia nada de pintura eu pedi uma explicação para que eu pudesse decidir. Cera, seladora, goma laca, verniz de vários tipos e tonalidades, resinas, revistas e fotos de móveis foram algumas das explicações oferecidas para mim. Vi um móvel muito bonito com um brilho diferente e decidi que seria daquele tipo, seladora a base de nitrocelulose.
     O Osmar foi buscar os materiais e retornou com a lata de seladora, o thinner, a estopa, uma lixa fina de grão 220 e uma palha de aço fina. Eu vi e pensei comigo: e o pincel? e para que a palha de aço?  O grande lustrador começou a trabalhar. Primeiro ele preparou a "boneca" conforme os passos anteriormente citado. Em seguida ele diluiu a seladora com o thinner na proporção de 70% de seladora com 30% de thinner. Vamos fazer uma pequena amostra nesse pedaço de madeira para acompanhar...


     A primeira demão com a "boneca", conforme ele explicou, é para selar a madeira, "fechar os poros" e a superfície fica áspera por causa das fibras que "arrepiam" literalmente. Depois dessa primeira demão é preciso usar a lixa fina para alisar a superfície áspera ( a vantagem de usar a seladora é a sua secagem que é praticamente instantânea)...

     Em seguida, o lustrador Osmar diluiu um pouco mais de thinner na seladora que estava preparada ficando em torno de 60% de seladora para 40% de thinner (todas essas medidas a seguir são apenas referência da aparência aproximada da mistura e não corresponde exatamente a proporção misturada), e com a "boneca" deu a segunda demão. Esperou um pouco e novamente sem pressionar muito a lixa, lixou toda a superfície da madeira...

     Na terceira demão ele dilui mais um pouco a mistura agora na proporção de 50% de seladora para 50% de thinner e passou novamente sobre a mesa. Esperou um pouco e dessa vez ele pegou a palha de aço e sem pressionar muito passou por toda a mesa. Nesse momento eu entendi a função da palha de aço.


     Estamos na quarta demão e eu pensei no tamanho da paciência do Osmar. Tem que gostar muito do que faz.
     Percebi que ele gostava mesmo e se entregava de corpo e alma no que fazia. Agora a proporção aparente foi de 40% de seladora e 60% de thinner e novamente foi passada mais uma demão. Novamente a palha de aço entrou em ação polindo toda a mesa.

     A quinta demão seguiu os passos das anteriores com a diluição aparente da mistura em 30% de seladora para 70% de thinner com movimentos primeiramente circulares e depois retas. As demão anteriores foram todas retas seguindo os veios da madeira. Ele disse que agora começaria a lustrar a madeira. Aguardou mais um pouco e novamente com a palha de aço passou por toda a mesa.

     A sexta e a sétima demão foram com a mesma mistura, agora já bem rala em torno de 25% de seladora com 75% de thinner somente para lustrar seguindo os passos anteriores.


     Quando finalizou a sétima demão o Osmar perguntou se estava bom ou era para continuar. Para mim já estava perfeito mas por curiosidade eu perguntei até quantas demãos ele iria. Ele respondeu que poderia continuar até chegar ao brilho de um "piano"; 9, 10, 15 demãos. Por curiosidade, os grandes lustradores de móveis famosos usavam e até hoje usam a goma laca indiana ( parecida com a casca da barata e por isso tem esse apelido) com essa mesma técnica para chegar à laca do piano. 

     Depois dessa "aula" ao vivo que tive pude fazer uma experiência similar com os móveis de casa.


quarta-feira, 8 de abril de 2015

O Idioma Japonês

    A primeira impressão quando ouvimos alguém falando e escrevendo em japonês é de que a língua é muito difícil de aprender. Mas como tudo na vida é só começar para ver que as barreiras vão caindo uma por uma.

     Por quê? Para essa pergunta existem muitas respostas e a primeira dela é que, se você está lendo esse post escrito em português você aprendeu e ainda aprende um dos idiomas mais difíceis do mundo. Eu disse aprende porque o aprendizado da nossa língua parece não ter fim. São tantos verbos, acentuações, pontuações, concordâncias, regências, vocabulários etc. que muitos de nós acabamos não aprendendo corretamente a nossa língua ao longo da nossa vida.
     Diante dessa abordagem o que dizer do idioma japonês? Tem um vocabulário muito rico, possui quatro tipos de escritas: hiraganá - no início do aprendizado é a escrita mais importante,


katakaná - escrita japonesa usada para palavras estrangeiras,




kanjí - são os ideogramas



e o roma jí - que é o nosso alfabeto.

     O idioma japonês de hoje está muito "americanizado" porque o vocabulário antigo está dando lugar a um vocabulário mais moderno e ocidentalizado. Por exemplo: quando falamos as cores no idioma japonês percebemos claramente o que foi dito. oren~di quer dizer orange ou laranja, pin~ko quer dizer pink ou cor de rosa, bru~ quer dizer blue ou azul, braun - brown ou marron, bura~ko - black ou preto, ye~row - yellow ou amarelo, re~do - red ou vermelho, gu~rin - green ou verde e assim por diante. Em outras palavras o vocabulário inglês também está presente como: te~buru - table ou mesa, beru~to - belt ou cinto, rai~ssu - rice ou arroz, tiokore~tto - chocolate ou chocolate, co~hi - coffe ou café, mi~ruku - milk ou leite, bi~ru - beer ou cerveja, bii~ru - building ou prédio, fo~ku - fork ou garfo, nai~fu - knife ou faca, supun~ - spoon ou colher e vários outros vocabulários.
     Para não deixarmos a nossa língua portuguesa de lado, dizem que uma das palavras mais usadas no idioma japonês teve a influência portuguesa quando o comércio português na cidade de Nagasaki era muito intensa e a palavra é ARIGATÔ que quer dizer obrigado. O brasileiro poderá ouvir sutilmente a palavra GRATO.


       Pode ser uma simples estória contada por alguém mas levando-se em conta que PAN quer dizer pão, SARADA quer dizer salada e o bolo mais apreciado pelos japoneses chama-se KASSUTE~RA ou Castela podemos realmente ficar em dúvida quanto a origem da palavra.


Além disso outra palavra muito usada pelos japoneses para chamar os free lancers é ARUBAITO que vem do ARBEIT que quer dizer trabalho no idioma alemão.
     Para entendermos bem o por quê das palavras não serem expressadas adequadamente devemos entender a ortografia do idioma japonês, ou seja, diferentemente do nosso aprendizado,os japoneses aprendem o alfabeto com as sílabas já formadas e não letra por letra como nós que aprendemos hoje as 26 letras do alfabeto individualmente: A, B, C, D ... Os japoneses aprendem sempre as consoantes ligadas pelas vogais com exceção do N:   BA BI BU BE BO,  MA MI MU ME MO, SA SHI SU SE SO, KA KI KU KE KO, NA NI NU NE NO e assim por diante. As vogais no idioma japonês têm a ordem diferente das nossas vogais e são na ordem: A I U E O e dificilmente possuem dígrafos e encontros consonantais. Por isso a palavra CHOCOLATE fica TI-O-CO-RE~TO, o nome MARTA fica MARUTA e EDUARDO fica EDUA~RUDO.
     Faltou explicar a ausência da letra L que não existe, e que nenhuma consoante com exceção da letra N é pronunciada isoladamente faz com que o meu nome seja pronunciado da seguinte forma:  MARUCE~RO  ou simplesmente Marcelo no bom português.